A virtude do Amor. O amor natural do coração é o principal requisito para se atingir
uma vida santa. Quando este amor, dom celestial da Natureza, surge no coração, ele elimina
todas as causas de excitação do sistema e o acalma, induzindo-o ao estado perfeito
e normal; e tonificando os poderes vitais, expele todas as matérias estranhas – os
germes das doenças – por meios naturais (transpiração etc.). Deste modo, torna o homem
perfeitamente saudável de corpo e de mente, e o habilita a compreender corretamente
a orientação da Natureza.
Quando este amor se desenvolve no homem, permite à ele compreender não só
a real posição de seu próprio Ser, mas também a dos outros que o cercam.
Com a ajuda deste amor desenvolvido, o homem tem a felicidade de conseguir a
Sublime companhia de personagens divinos e é salvo para sempre. Sem este amor, ele
não pode viver de modo natural, nem pode viver na companhia de uma pessoa conveniente
à seu próprio bem-estar; torna-se muitas vezes excitado pelas matérias estranhas
introduzidas em seu sistema através dos equívocos que o impedem de compreender a
orientação da Natureza, e, como conseqüência, ele sofre no corpo e na mente. Uma vez
que não pode, de modo algum, encontrar a paz, sua vida se torna um fardo. Por conseguinte,
o cultivo deste amor, o dom celestial, é o principal requisito para se obter a salvação;
sem ele, é impossível para o homem avançar um passo neste sentido. Ver Apocalipse
2:2-4.
“Conheço as tuas obras, teu trabalho e tua paciência, e sei que
não podes suportar os maus; puseste à prova os que se dão como apóstolos,
sem o serem, e os achaste mentirosos;
e tens perseverança, e sofreste pelo meu nome, e não desanimaste.
Mas tenho contra ti que arrefeceste o teu primeiro amor.”
SUTRA 7, 8
A coragem moral (Virya), nasce de Sraddha, que direciona nosso
amor para o guru, e da afetuosa observância de suas instruções.
Aqueles que afastam os nossos males, dispersam nossas dúvidas e
conferem a paz, são os verdadeiros mestres. Eles realizam uma obra divina.
Seus adversários (aqueles que aumentam nossas dúvidas e dificuldades) são
perniciosos e devem ser evitados como veneno.
Como já foi explicado no capítulo anterior, esta criação, substancialmente nada
mais é do que uma idéia lúdica da Natureza na única Substância Real, Deus, o Pai EterA
Ciência Sagrada – O Método
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no, que é o Guru – o Supremo – neste universo. Todas as coisas da criação não são outra
substância senão este Guru, o Pai Supremo, o próprio Deus, percebido na pluralidade
pelos múltiplos aspectos da recreação da Natureza. Ver João 10:34 e Salmos 82:6.
“Jesus respondeu: Não está escrito na Lei: Eu disse vós sois deuses?”
“Eu tenho dito: Vós sois deuses; e todos vós são filhos do Altíssimo.”
Fora desta criação, o objeto que alivia nossos sofrimentos e nossas dúvidas, e
nos dá paz, seja ele animado ou inanimado, por mais insignificante que possa ser, merece
nosso máximo respeito. Mesmo que outros o considerem como objeto do mais abominável
desprezo, devemos aceitá-lo como Sat (Salvador) e aceitar como divina sua
companhia. Aquilo que produz resultados opostos, que destroi nossa paz, lançando-nos
em dúvidas e criando sofrimentos, deve ser considerado Asat, a ruína de tudo que é
bom, e como tal deve-se evitá-lo. Os sábios indianos citam o seguinte:
[Alguns julgam que as divindades existem na água (os elementos naturais),
enquanto que os eruditos acham que elas existem no céu (mundo astral); os
néscios buscam-nas na madeira e nas pedras (as imagens ou símbolos), mas o Iogue
realiza Deus no santuário de seu próprio Ser.]
Para alcançar a salvação os homens escolhem como Salvador os objetos que eles
podem compreender, de acordo com seu próprio estágio de evolução. Assim, de
modo geral, as pessoas pensam que a doença é uma terrível calamidade; a água, quando
administrada adequadamente, tende a eliminar essa doença, podem então os ignorantes
eleger a própria água como sua Divindade.
Os filósofos, sendo capazes de compreender a Luz elétrica que brilha dentro deles,
constatam que o amor que flui energeticamente de seus corações em direção à essa
Luz, alivia-lhes de todas as causas de excitação, acalmando e normalizando os seus sistemas,
tonificando os seus poderes vitais, fazendo-os perfeitamente saudáveis de corpo
e mente. Logo, eles aceitam esta Luz como sua Divindade ou seu Salvador.
As pessoas ignorantes, na sua fé cega, aceitam um pedaço de madeira ou uma
pedra como Salvador ou Divindade para esta criação externa, pelos quais o amor natural
de seus corações desenvolverão, através da propensão magnética, a crença de que
este objeto atenuará todas as causas de agitação, acalmará e normalizará o seus sistemas
e tonificará seus poderes vitais. Por outro lado, os verdadeiros adeptos, tendo pleno
controle sobre o mundo material, encontram sua Divindade ou Salvador no Ser, e não
no mundo externo.
Respeitar o Guru com profundo amor. Estar na companhia do Guru não significa estar
em sua presença física (pois isto às vezes é impossível), mas significa principalmente
guardá-lo em nossos corações, nos unificar e sintonizar com ele.
Este pensamento foi expresso por Bacon: “Uma multidão não é companhia, é
uma simples galeria de rostos.” Portanto, estar na companhia de um objeto Divino é associá-
lo com Sraddha, o amor intenso do coração, no sentido acima explicado, mantenA
Ciência Sagrada – O Método
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do na sua mente, com toda plenitude, seu semblante e seus atributos, e pela reflexão
seguir afetuosamente suas instruções, mansamente. Ver João 1:29.
“… Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”
Agindo assim, tornar-se-á o homem capaz de conceber o sublime status de seus
irmãos divinos, afortunadamente ficando em suas companhias, obtendo seguramente a
ajuda de qualquer um deles, a quem irá eleger como seu Preceptor Espiritual, Sat-Guru,
o Salvador.
Em resumo, pode-se alcançar Virya ou coragem moral pelo cultivo de Sraddha,
ou seja, pela consagração do amor natural do discípulo ao seu Preceptor, que está sempre
com ele (no sentido interno já explicado) e pelo afetuoso seguimento de suas sagradas
instruções, as quais lhes são dadas de modo livre e espontâneo.
SUTRA 9 -11
A coragem moral é fortalecida pela observância de Yama (moralidade
ou autocontrole) e Niyana (regras religiosas).
Yama consiste em não fazer mal aos outros, integridade, não roubar,
não cobiçar e observar a castidade.
Niyama significa pureza de corpo e mente, contentamento em todas
as circunstancias e obediência (observância às instruções do Guru).
Pode-se atingir a firmeza da coragem moral pelo cultivo de Yama, as abstenções
religiosas: abstenção da crueldade, da desonestidade, da cobiça, da vida anti-natural e
das posses desnecessárias; e de Niyama, as observâncias religiosas: pureza de corpo e
mente – limpando o corpo externa e internamente de todas as matérias estranhas, que ao
fermentarem, criam diversos tipos de doenças no sistema; e limpando a mente de todos
os preconceitos e dogmas que tornam o homem mesquinho – contentamento em todas as
circunstâncias; e obediência aos sagrados preceitos dos personagens divinos.
O que é a vida natural? Para entender o que é a vida natural, será necessário distinguíla
do que é anti-natural. A vida depende da seleção de (1) alimento, (2) moradia, e (3)
companhia. Para ter uma vida natural, os animais inferiores escolhem para si mesmo
esses elementos com a ajuda de seus instintos e das sentinelas naturais colocadas nas
entradas sensoriais – os órgãos da visão, da audição, tato, olfato e paladar. Entretanto,
nos homens em geral estes órgãos estão desde a infância de tal forma pervertidos pela
vida anti-natural, que pouca confiança se pode ter em seus julgamentos. Portanto, para
compreender quais são nossas necessidades naturais, devemos depender de observação,
experiência e razão.
O que é alimento natural para o homem? Primeiro, para escolher o alimento
natural, devemos observar a formação dos órgãos que cooperam na digestão e na nutriA
Ciência Sagrada – O Método
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ção, os dentes e o canal digestivo; a tendência natural dos órgãos dos sentidos que guiam
os animais para o seu alimento; e a nutrição da prole.
Observação dos dentes. Pela observação dos dentes, notamos que nos animais
carnívoros os incisivos são pouco desenvolvidos, mas os caninos bastante longos, lisos
e pontiagudos, para apanhar a presa. Os molares também são pontudos; estas pontas
entretanto, não se unem, mas se ajustam estreitamente lado à lado para separar as fibras
musculares.
Nos animais herbívoros os incisivos são notavelmente desenvolvidos, os caninos
reduzidos (embora algumas vezes sejam longos, como as presas dos elefantes), os
molares são largos na parte superior e revestidos de esmalte só nas faces laterais.
Nos frugívoros todos os dentes tem quase a mesma altura; os caninos são pouco
projetados, cônicos e rombudos (obviamente não planejados para agarrar a presa, mas
para exercer força). Os molares tem coroa larga revestida na parte superior de pregas
esmaltadas para evitar o desgaste causado pelo seu movimento lateral, não são pontudos,
inapropriados para mastigar carne.
Por outro lado, nos animais onívoros, como os ursos, os incisivos se assemelham
aos dos herbívoros, os caninos são como os dos carnívoros, e os molares não só
são pontudos mas também largos na parte superior, para servir a um duplo propósito.
Agora, se observarmos a formação dos dentes no homem, veremos que eles não
se parecem com os dentes dos carnívoros, nem com os dos herbívoros ou dos onívoros.
Eles se parecem exatamente como os dos animais frugívoros. A dedução razoável portanto,
é de que o homem é um frugívoro ou um animal comedor de frutas1.
Observação do canal digestivo. Pela observação do canal digestivo, verificamos
que os intestinos dos animais carnívoros são de três à cinco vezes mais longos que
seu corpo, quando medidos da boca ao ânus, e seu estômago é quase esférico. Os intestinos
dos herbívoros são vinte e oito vezes mais longos que seu corpo, e seu estômago
é mais estendido e de estrutura composta. Porém, os intestinos dos animais frugívoros
têm de dez a doze vezes a extensão de seu corpo; seu estômago é um pouco mais largo
do que o dos carnívoros e tem um prolongamento no duodeno, que funciona como um
segundo estômago.
Não é exatamente a formação que encontramos nos seres humanos, embora a
anatomia diga que os intestinos humanos tem de três a cinco vezes a extensão do corpo
humano – cometendo-se um equívoco ao se medir o corpo da parte superior da cabeça
até a sola dos pés, em vez de partir da boca ao ânus. Assim, podemos novamente inferir
que o homem é com toda probabilidade um animal frugívoro.
Observação dos órgãos dos sentidos. Pela observação da tendência natural dos
órgãos dos sentidos – indicadores que determinam o que é nutritivo – os quais direcionam
todos os animais para o seu alimento, verificamos que quando o animal carnívoro
encontra a presa, sente tanto prazer que seus olhos começam a brilhar; audaciosamente
1Como fruta compreendemos qualquer produto da vida vegetal útil ao homem. A dieta frugivorista à que
se refere Sri Yukteswarji abrange os vegetais, legumes, hortaliças, nozes e cereais (Nota do Editor).
A Ciência Sagrada – O Método
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ataca a vítima e sorve com sofreguidão os jatos de sangue. Ao contrário, os herbívoros
recusam até mesmo seu alimento natural, deixando-o intacto, se nele houver o menor
vestígio de sangue. Seus sentidos do olfato e visão induzem-os a escolher a grama e outras
ervas como alimento, degustando-as com prazer. Similarmente, com animais frugívoros
percebemos que seus sentidos sempre os dirigem para os frutos das árvores do
campo.
Nos homens de todas as raças verificamos que os seus sentidos de olfato, audição
e visão nunca os levam à matança de animais; ao contrário, eles não podem sequer
suportar a visão dessas chacinas. É sempre recomendável que os matadouros sejam
mantidos bem longe das cidades; os homens com freqüência, expedem rigorosos regulamentos
proibindo o transporte de carnes descobertas. Pode-se então considerar a carne
um alimento natural do homem, quando seus olhos e seu nariz positivamente a rejeitam,
a menos que venha disfarçada com o sabor de temperos, sal e açúcar? Por outro lado,
como achamos deliciosa a fragrância das frutas, cuja visão nos deixa muitas vezes com
água na boca. Pode-se também notar que vários cereais e raízes tem odor e sabor gradáveis,
embora fracos, mesmo quando não estão preparados. Portanto, mais uma vez, somos
levados a deduzir por estas observações de que o homem tende à ser um animal
frugívoro.2
SUTRA 9 -11
A coragem moral é fortalecida pela observância de Yama (moralidade
ou autocontrole) e Niyana (regras religiosas).
Yama consiste em não fazer mal aos outros, integridade, não roubar,
não cobiçar e observar a castidade.
Niyama significa pureza de corpo e mente, contentamento em todas
as circunstancias e obediência (observância às instruções do Guru).
Pode-se atingir a firmeza da coragem moral pelo cultivo de Yama, as abstenções
religiosas: abstenção da crueldade, da desonestidade, da cobiça, da vida anti-natural e
das posses desnecessárias; e de Niyama, as observâncias religiosas: pureza de corpo e
mente – limpando o corpo externa e internamente de todas as matérias estranhas, que ao
fermentarem, criam diversos tipos de doenças no sistema; e limpando a mente de todos
os preconceitos e dogmas que tornam o homem mesquinho – contentamento em todas as
circunstâncias; e obediência aos sagrados preceitos dos personagens divinos.
O que é a vida natural? Para entender o que é a vida natural, será necessário distinguíla
do que é anti-natural. A vida depende da seleção de (1) alimento, (2) moradia, e (3)
companhia. Para ter uma vida natural, os animais inferiores escolhem para si mesmo
esses elementos com a ajuda de seus instintos e das sentinelas naturais colocadas nas
entradas sensoriais – os órgãos da visão, da audição, tato, olfato e paladar. Entretanto,
nos homens em geral estes órgãos estão desde a infância de tal forma pervertidos pela
vida anti-natural, que pouca confiança se pode ter em seus julgamentos. Portanto, para
compreender quais são nossas necessidades naturais, devemos depender de observação,
experiência e razão.
O que é alimento natural para o homem? Primeiro, para escolher o alimento
natural, devemos observar a formação dos órgãos que cooperam na digestão e na nutriA
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ção, os dentes e o canal digestivo; a tendência natural dos órgãos dos sentidos que guiam
os animais para o seu alimento; e a nutrição da prole.
Observação dos dentes. Pela observação dos dentes, notamos que nos animais
carnívoros os incisivos são pouco desenvolvidos, mas os caninos bastante longos, lisos
e pontiagudos, para apanhar a presa. Os molares também são pontudos; estas pontas
entretanto, não se unem, mas se ajustam estreitamente lado à lado para separar as fibras
musculares.
Nos animais herbívoros os incisivos são notavelmente desenvolvidos, os caninos
reduzidos (embora algumas vezes sejam longos, como as presas dos elefantes), os
molares são largos na parte superior e revestidos de esmalte só nas faces laterais.
Nos frugívoros todos os dentes tem quase a mesma altura; os caninos são pouco
projetados, cônicos e rombudos (obviamente não planejados para agarrar a presa, mas
para exercer força). Os molares tem coroa larga revestida na parte superior de pregas
esmaltadas para evitar o desgaste causado pelo seu movimento lateral, não são pontudos,
inapropriados para mastigar carne.
Por outro lado, nos animais onívoros, como os ursos, os incisivos se assemelham
aos dos herbívoros, os caninos são como os dos carnívoros, e os molares não só
são pontudos mas também largos na parte superior, para servir a um duplo propósito.
Agora, se observarmos a formação dos dentes no homem, veremos que eles não
se parecem com os dentes dos carnívoros, nem com os dos herbívoros ou dos onívoros.
Eles se parecem exatamente como os dos animais frugívoros. A dedução razoável portanto,
é de que o homem é um frugívoro ou um animal comedor de frutas1.
Observação do canal digestivo. Pela observação do canal digestivo, verificamos
que os intestinos dos animais carnívoros são de três à cinco vezes mais longos que
seu corpo, quando medidos da boca ao ânus, e seu estômago é quase esférico. Os intestinos
dos herbívoros são vinte e oito vezes mais longos que seu corpo, e seu estômago
é mais estendido e de estrutura composta. Porém, os intestinos dos animais frugívoros
têm de dez a doze vezes a extensão de seu corpo; seu estômago é um pouco mais largo
do que o dos carnívoros e tem um prolongamento no duodeno, que funciona como um
segundo estômago.
Não é exatamente a formação que encontramos nos seres humanos, embora a
anatomia diga que os intestinos humanos tem de três a cinco vezes a extensão do corpo
humano – cometendo-se um equívoco ao se medir o corpo da parte superior da cabeça
até a sola dos pés, em vez de partir da boca ao ânus. Assim, podemos novamente inferir
que o homem é com toda probabilidade um animal frugívoro.
Observação dos órgãos dos sentidos. Pela observação da tendência natural dos
órgãos dos sentidos – indicadores que determinam o que é nutritivo – os quais direcionam
todos os animais para o seu alimento, verificamos que quando o animal carnívoro
encontra a presa, sente tanto prazer que seus olhos começam a brilhar; audaciosamente
1Como fruta compreendemos qualquer produto da vida vegetal útil ao homem. A dieta frugivorista à que
se refere Sri Yukteswarji abrange os vegetais, legumes, hortaliças, nozes e cereais (Nota do Editor).
A Ciência Sagrada – O Método
33
ataca a vítima e sorve com sofreguidão os jatos de sangue. Ao contrário, os herbívoros
recusam até mesmo seu alimento natural, deixando-o intacto, se nele houver o menor
vestígio de sangue. Seus sentidos do olfato e visão induzem-os a escolher a grama e outras
ervas como alimento, degustando-as com prazer. Similarmente, com animais frugívoros
percebemos que seus sentidos sempre os dirigem para os frutos das árvores do
campo.
Nos homens de todas as raças verificamos que os seus sentidos de olfato, audição
e visão nunca os levam à matança de animais; ao contrário, eles não podem sequer
suportar a visão dessas chacinas. É sempre recomendável que os matadouros sejam
mantidos bem longe das cidades; os homens com freqüência, expedem rigorosos regulamentos
proibindo o transporte de carnes descobertas. Pode-se então considerar a carne
um alimento natural do homem, quando seus olhos e seu nariz positivamente a rejeitam,
a menos que venha disfarçada com o sabor de temperos, sal e açúcar? Por outro lado,
como achamos deliciosa a fragrância das frutas, cuja visão nos deixa muitas vezes com
água na boca. Pode-se também notar que vários cereais e raízes tem odor e sabor gradáveis,
embora fracos, mesmo quando não estão preparados. Portanto, mais uma vez, somos
levados a deduzir por estas observações de que o homem tende à ser um animal
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